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Eu sou o menino do sorriso bobo
Que esperava gravemente o fim da missa,
Porque havia um pipoqueiro na praça.
Que ia à escola, sapatos pretos e meias brancas,
impecáveis,
Na expectativa da aula de ciências.
Planetas, Órbitas, Bichos
E toda a sabedoria do mundo, ali:
No alcançe das minhas vistas embaçadas
Eu sou o menino do sorriso bobo
Que fazia coleção de pedras e tampinhas de garrafa
Que brigava na escola
E se sentava sempre no fundo da sala.
Eu sou o menino que todos achavam bobo,
Que não sabia jogar bola,
E que sonhava em ser poeta.
O menino do balanço no cajueiro,
da castanheira na fazenda,
Que plantava tudo que é semente que achava.
Eu sou o menino do sorriso bobo
Que dormia na escola, chegava em casa
E ia ler na cama:
A história de um tal de odisseu,
anatomia dos animais domésticos ou a Bíblia Sagrada.
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